quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ogras no ártico

Completamente sumida... entre trabalho, gripe, baladas e muito muito muito ogro-sexual... estou de volta.

Sábado passado as ogrinhas inseparáveis resolveram sair, se arriscar no frio e chuva incessante... estávamos a fim de sair à caça literalmente. Sem vergonha de admitir! Chegamos em um lugar, mais de uma hora de fila para entrar. Nem pensar! Já passava da meia-noite e a casa já estava no esquema de lotação máxima: só entra quando alguém sair. Então resolvemos partir para outra. Chegando lá, filinha básica de 8 pessoas. Era ali mesmo que ficaríamos.

Mal imaginávamos que demoraria uma hora para essas 8 pessoas entrarem. Mas valeu a pena. Ainda na fila, congelando sob o frio do ártico (isso me rendeu uma bela amigdalite essa semana), a banda detonando lá dentro e a gente praticamente dançando na fila pra espantar o frio e já começar a diversão! Eis então que havia um ogrinho-sexual (ogrinho porque não passava de 1,75m e eu com salto estava quase mais alta que ele - mas beeemmm gatinho) atrás de nós. Revoltado com a demora para entrar, ligou do celular lá dentro para reclamar. Só ouviu um "desculpe senhor, estamos com a casa na lotação máxima". Então minha querida amiga ogra começou a puxar papo. Tudo correu tranquilamente, e depois de 1 hora e 15 minutos entramos (Aleluia!).

Pedimos nossos queridos mojitos e fomos dançar. Olhando em volta, quem está próximo de nós? Perguntinha óbvia, o próprio ogrinho-sexual e sua turma: um ogro-cafa, um ogro-palhaço e um ogro-sortudo. Os quatro olhando e trocando figurinhas. Estava nítido. Minha amiga começou a mirar o ogrinho e eu fiquei na minha. Depois de uns 30 minutos o ogrinho passa por nós para ir ao banheiro. Na volta, pára e nos convida para ir até lá, conhecer os amigos dele. Essa é a vantagem de sair em pouco número de mulheres... não intimida a ograda.

Chegando lá, todos devidamente apresentados, o ogro-cafa colou na ogra-amiga e eis que o ogrinho colou em mim. Mão na cintura, conversa descolada, olho no olho... como eu sempre fui muito distraída, demorei para me tocar que a coisa era sumariamente comigo. Porém, tudo aconteceu muito rápido, tenho que admitir. Resumindo, a ogra-amiga atirou em um e acertou outro.

Ogro-sexuais do interior, cheios de gentileza, carinho e atenção. Ficamos bem surpresas e acabei por descobrir que estamos vivendo em uma cidade cheia de pessoas frias e distantes. É um mal de cidade grande, onde a época do calor humano ficou algumas gerações para trás e hoje não sobra nem uma gentileza no trânsito, no elevador, ao telefone. Portanto, as próximas 4 horas resolvi aproveitar umas das coisas que o interior pode nos prover: gentileza e calor humano. Foi bacana, ganhamos a noite.

Ao final da madrugada, o ogro-sortudo foi jogado para dentro de um táxi com uma ogrinha (sortudo!), o ogrinho foi ainda mais gentil, o ogro-palhaço continuava fazendo somente palhaçadas e não conseguiu pegar ninguém, e o ogro-cafa.... bem, o ogro-cafa foi desmascarado 12 horas mais tarde.

Pessoas, orkut não mente... cuidado, é possível achar qualquer um por lá.

bejios da ogra!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Princesas, ogras e a falta de noção

Enfrentar uma balada com bom humor até o final é um grande desafio. Principalmente para as mulheres. Confesso que da última vez eu perdi a paciência e decidi ir embora quando o local ainda estava "bombando" e a banda tocando.

Então sexta passada as duas amigas ogras se vestiram de princesa e saíram para dançar, ver nossa banda preferida e esquecer da existência de cafa-ogros por um tempo. Doce ilusão... Chegamos lá por volta das 11:15, com uma fila na entrada considerável, mas nada assustadora. Ao entrar, o espanto: não dava para ver o chão, muito menos o pequeno palco de tanta gente por metro quadrado. Mas não era qualquer tipo de gente. Nunca vi uma concentração maior de cafa-ogros antes na minha vida. Numa noite normal, daria até para beijar algum...

Para onde ir? Onde podemos ficar em paz? Demos a volta no local para procurar um ponto mais ou menos tranquilo (afinal de contas não estávamos no show do U2, com todo mundo se espremendo, e queríamos dançar). Rodamos tudo e achamos um cantinho bom do lado esquerdo do palco, onde podíamos colocar nossas bolsas tranquilamente. Nos metemos no meio de uma festa aniversário, cheio de ogras disfarçadas de princesas. Quero dizer, algumas estavam mais para bruxas. Ao colocar minha bolsa no sofá, veio a aniversariante, toda princesa, "deixa eu arrumar um cantinho para colocar a bolsa de vocês". Nossa, que simpática... estranhei, mas devolvi a simpatia. Mas quando ela percebeu que não éramos amigas de ninguém do grupo, tudo mudou. Nesse momento, a hostilidade se iniciou. A banda já estava tocando, as fãs venerando os quatro ogros do palco (aqui entra a falta de noção), a azaração comendo solta, e a demarcação de território também.

Sabe como mulher demarca território? Não se engane, ninguém sai urinando no pé das cadeiras e mesas. A técnica é supostamente eficiente, pois evita brigas e puxões de cabelo. A santa paz reina, e parece que nada está acontecendo, pois que mulher vai querer pagar um mico na frente do "ficante"?

Atente para as regras:
1) tentar ocupar a maior área possível com o corpo, e dançar ocupando bastante espaço, mesmo que para isso seja preciso empurrar a pessoa do lado de vez em quando;
2) morrer de vontade mas não ir ao banheiro;
3) segurar as amigas distraídas em pontos estratégicos, não deixando ninguém ocupar a área imaginariamente delimitada;
4) fazer rodinha;
5) e por último, o olhar de cobra, de canto de olho, como se isso assustasse alguém...

Deplorável. Algumas poderiam até mesmo ser lutadoras de judô, pois conseguem firmar o pé no chão de forma invejável. E dá-lhe ogras! Apesar de disfarçadas de princesas, nessa hora elas perdem a compostura e se transformam em ogras da pior espécie, ou seja, é um show de falta de educação.

Então estávamos as duas tentando se divertir, curtir a banda e esquecer da existência de cafa-ogros. Mas infelizmente eu não consegui ignorar toda a hostilidade à minha volta. Estava quase virando uma guerra velada. Até fui dar uma volta para ver se conseguia achar outro lugar, mas a única coisa que consegui atravessando o recinto foi um monte de "lindaaaa", "oiê", e apertos na bunda. Então voltei para o antigo lugar e decidi tentar suportar.

Mas eu não suporto essa disputa sem sentido. Minha amiga começou a ficar irritada também, então decidimos ir embora, precisamente à 1:20 da madrugada. Até conseguir atravessar o local, depois de outros "linda", "oiê", e apertões na bunda, já passava de 1:30hs. Oras, tá certo que a concorrência feminina anda acirrada demais, que as mulheres estão quase disputando homem no tapa, mas também não precisa exagerar. Eu me recuso a entrar nessa guerra estúpida. Que elas fiquem com todos, e que possam contar vantagem no número infinito de homens que ficaram.

Ok, o texto parece estar cheio de amargura, mas a verdade é que preferimos ir para lugares mais calmos, sem muitos ogros disfarçados de príncipes (e cafas) inconvenientes e que se possa deslocar de um lado para o outro com facilidade. Até mesmo conhecer alguém que consiga manter uma conversa por mais de 5 minutos.

Quem sabe até um ogro-sexual interessante....

beijos da princesa!
(continuo na fase princesa)


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Quase

Olha como a internet é traiçoeira. Não bastasse as pulhas virtuais de seringas contaminadas, refrigerantes que causam câncer, uma brasileira catarinense "sofreu" com o acesso e desinformação do cyberespaço doido que se chama internet.

Conhece esse texto abaixo? Se chama Quase, e foi atribuído a Luiz Fernando Veríssimo. Mas na verdade ele é de Sarah Westphal. Uma jovem, estudante de medicina (na verdade hoje não tenho conhecimento do paradeiro da moça), que escreveu o texto após uma desilusão amorosa bastante comum.

O texto é bonito e vale a pena ser lido.
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Quase

Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase! É o quase que me incomoda, que me entristece que me mata trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi! Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escapam pelos dedos nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca saíram do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me às vezes o que nos leva a escolher uma vida morna. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos ¨bom dia¨ quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai, talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo o mar não teria ondas, os dias seriam nublados, o nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos somente paciência. Porém, preferir a derrota prévia à duvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão, para os fracassos chance, para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo o fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você, gaste mais horas realizando que sonhando…fazendo que planejando… vivendo que esperando. Porque embora quem quase morreu ainda vive, quem quase vive já morreu.

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Imaginem, até o próprio Veríssimo comentou sobre o assunto. Veja aqui.

Beijos da princesa (hoje estou de princesinha para emagrecer!)