quarta-feira, 30 de julho de 2008

Hora de refletir

Depois de um longo tempo sumida, estou de volta.

Meus últimos 10 dias foram cheios de aventuras, tanto profissionais quanto pessoais. Fui para Recife para uma reunião relâmpago. Não vi a cor da praia, e quase que a reunião não acontece. Ontem fui para o Rio entregar uns documentos. Vi o mar, obviamente, mas não entreguei os documentos. Duas horas depois de ter pousado no Rio eu já estava levantando vôo novamente.

Além disso, paquerei, dancei, conheci novos lugares. Me diverti muito, como há muito tempo não fazia. Encantei um aprendiz de ogro-sexual de 18 aninhos, e me encantei com um ogro-sexual músico. Ou seja, em menos de 4 horas, passei de tia para tiete.

Mas hoje passo por aqui para deixar uma outra mensagem, que me tocou muito, e que vai de encontro com o que tenho passado durante meus ultimos 31 anos.

NORMOSE

Entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, sobre uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal .

Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito 'normal' é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema.

Quem não se 'normaliza', quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo.

A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.

A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?

Eles não existem. Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha 'presença' através de modelos de comportamento amplamente divulgados. Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, sejam lá quem forem todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo. A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa. Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Freqüentar terapeuta para bater papo?

Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.

Criaram o seu 'normal' e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude.

E uma vida fraudulenta faz sofrer demais. Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.

Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.

Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.

José Hermógenes de Andrade Filho, mais conhecido como Prof. Hermógenes, é um escritor, filósofo, poeta, terapeuta, professor e divulgador brasileiro de hatha ioga. É fundador da Academia Hermógenes de Yoga.

Volto para fazer somente um comentário: mais uma vez, assuma seu lado ogro! Seja você mesmo!

beijos para você!


quarta-feira, 16 de julho de 2008

Afinal, ele existe ou não?

Oi leitores!

Que vergonha... o ogro-sexual belga leu meu post que escrevi sobre ele. Ou melhor, minha amiga leu para ele. Ai que vergonha... ela disse que ele riu e concordou com tudo que foi escrito. Bom, menos mal, ele é realmente assumido!

Isso prova que eu não aumento, não invento e não fico fantasiando ogros-sexuais na minha frente. Eles existem sim! É muito engraçado quando encontro os céticos(as) durante minhas conversas sobre os ogros-sexuais. Às vezes me ponho em dúvida sobre a real existência dos ogros-sexuais, mas cada vez que encontro um, tenho certeza de que essa é a verdade, e não adianta negar.

Mas a grande dúvida permanece: se eles existem, e muitas mulheres os abominam, como viver e conviver com os ogros-sexuais? Pessoas, o ogro-sexual é a volta do machão. Depois de tantas revoluções e evoluções sexuais, depois das mulheres queimarem seus soutiens em praça pública e viverem em igualdade com os homens, é verdade que eles se perderam. Até nós nos perdemos. Com a confusão sexual instaurada, os homens se igualaram às mulheres e então surgiram os metro-sexuais. O cara tem 10 tipos de cremes, se depila, faz as unhas TODA semana e está sempre impecável. É praticamente um gay, porém gosta de mulheres. Além disso, eles ODEIAM ser comparados aos gays. Desculpem qualquer coisa...

Aí o coitado do cara que tem um amigo metro-sexual e fica na dúvida se compra um creminho para rugas ou não, ou se vai até o salão fazer as unhas. Se ele for averso a estas tendências homossexuais, o cara vai mais é assumir o seu lado ogro! Então, como num efeito repulsor de pólos magnéticos iguais, o ogro se distinguiu completamente do metro. Ainda bem...

Andei pesquisando na internet sobre ogros-sexuais. Na verdade, para achar qualquer texto que remete um pouco ao assunto é preciso pesquisar "homem-ogro". Aí vem uma chuva de resultados. E pude constatar que o coitado do ogro-sexual pode estar sendo confundido com o homem grosso, mal educado, porco e sem noção.

Por isso que ogro-sexual não é homem-ogro. Ogro-sexual é o macho assumido sim, mas que sabe se comportar em público, pratica o mínimo de boas maneiras (que mamãe ou ex-namorada ensinaram), respeita as mulheres e mais: citando um dos resultados da internet, "faz mais sucesso na cama um feio que tudo sabe sobre a emoção e corpo feminino, do que um lindo, nem sempre rico, porém sem etiquetas para o jogo da sensualidade e sexualidade".

Pois bem, eu prefiro um homem de camiseta rasgada que sabe o valor que tenho do que um engomadinho que me esnoba e prefere olhar para o espelho. Mais uma vez, viver ao lado de um ogro-sexual é viver com alguém verdadeiro, assumido e que não se importa com modismos e imposições da sociedade.

Eu já vivi com um metro-sexual, lindo, cheiroso... e só me fez chegar à conclusão que os ogros-sexuais são MUITO melhores.


terça-feira, 8 de julho de 2008

O lado ogro-sexual sempre se revela

Antes tarde do que nunca: o lado ogro-sexual dos homens sempre se revela. Às vezes é preciso um empurrãozinho, ou até mesmo testemunhar a vida de outros ogros-sexuais para perceber que ser um ogro-sexual é muito natural.

Digo isso porque tenho um casal de amigos que passaram por essa situação. Eles são lindos, jovens, bem sucedidos e ainda não têm filhos. Um vive para o outro, matém suas individualidades numa boa, e se respeitam. Acima de tudo, têm planos para o futuro. Na época eles tinham 4 anos de casados.

Era o casal perfeito. O príncipe e a princesa. Até essa noite, divisora de águas no relacionamento.


Uma noite, em um jantar entre casais de amigos, assuntos escatológicos foram postos à mesa. Foi risada para todo lado, as mulheres reclamando dos hábitos gasosos de seus maridos, os maridos reclamando da mania de limpeza e arrumação de suas companheiras. E o casal perfeito rindo e escutando... até o momento da revelação: ela disse que nunca tinha visto o marido soltar um pum sequer! Todos se voltaram aos dois com expressões de admiração. Como que isso pode se manter depois de 4 anos vivendo juntos? Foi desconcertante... o jovem marido se pôs a rir timidamente, com uma vergonha descomunal e olhando para sua princesa já com olhos retaliadores. O assunto morreu ali, depois de alguns minutos de risos.

Alguns meses depois resolvemos fazer um amigo secreto (leia-se "da onça") entre a turma. Cada um deveria dar um presente engraçado, divertido ou até meio sacana. Adivinha quem eu tirei? O príncipe... então fiquei pensando por horas e horas o que eu poderia dar de presente. Como eu poderia tirar o sarro de um príncipe? Eles são tão perfeitinhos...

Então me recordei da história do pum! Eu deveria colocá-lo no rol dos "homens-príncipe" de alguma maneira. Fui no computador, montei uma carteirinha de sócio de um clube de mentirinha: AMANSP - Associação dos Maridos que Não Soltam Pum. Fiz toda bonitinha, com foto do associado, com as beneficiárias (a esposa e a cachorra). Mandei até plastificar!

Quando entreguei o presente, a princesa começou a rir e disse que a associação ao clube veio tarde demais. Ele resolveu assumir o lado ogro-sexual, e depois daquela noite entre amigos, ele perdeu toda vergonha e resolveu parar de viver sozinho com seus puns. E no início, fechava todas as janelas do apartamento para "castigar" a língua solta da princesa.

Mais um ogro-sexual que veio à tona. E mais uma esposa feliz. Pois não fique achando que ela se chateou e odiou o novo hábito (que de novo não tinha nada). Ela ficou feliz, pois agora conhece mais um lado do marido, que, no final de contas, não é nada demais. As pessoas supervalorizam seus puns.

Aposto que ele ainda tem a carteirinha guardada na carteira, como souvenir de um momento tão importante no casamento.

E o casal hoje é mais perfeito ainda.